“5X Favela, Agora por Nós Mesmos” volta a ser exibido na baixada Fluminense. Desta vez no Centro cultural Donana, em Belford Roxo. Sou completamente suspeito pra falar do Donana. O Mate com Angu frequentou os eventos realizados lá, no final da década de 1980, e retornou muitos anos depois para documentar essa história com o filme “Donana”, que está em fase de edição.
Fiz questão de reforçar essa ideia durante o debate pós-projeção. Após Dida Nascimento, que coordena o local, me apresentar como diretor do 5X e fazermos aquele já tradicional bate-papo com o público; discutimos a importância da presença da comunidade no espaço e a necessidade de fazermos novos filmes.
Dida levantou uma bola sobre isso, pegando um gancho na realização de “1 Ano e 1 Dia”, meu primeiro filme. Na ocasião não pensava em ser cineasta. Filmei por necessidade do próprio assentamento e pensava em mostrar apenas para meus vizinhos. Mas hoje é um dos filmes mais importantes pra mim.
Os moradores do bairro Piam se interessaram muito com a possibilidade de filmar a própria história e uma das primeiras perguntas foi sobre o orçamento de um filme. Lembro que quando filmamos “1 Ano e 1 Dia”, praticamente não tivemos custo e acabamos ganhando três prêmios. Já nosso segundo filme, “Melhor que um Poema”, custou 40 vezes mais caro e recebeu apenas um prêmio.
Não acho que prêmios sejam um parâmetro para definir um bom filme, mas neste caso servem para ilustrar que o orçamento não é a única forma para isso. Um orçamento bem fechado é peça fundamental para um bom filme, mas a falta de dinheiro não pode ser motivo para impedir as pessoas de filmar.
Imagino que essa exibição em Bel tenha tido um gostinho especial mesmo… 🙂
e essa observação sobre orçamento merece ser compartilhada com geral que queira se embrenhar nesse caminho de realização.
é noise.