A favela do Vidigal sempre teve a tradição de organizar campeonatos de futebol como maior entretenimento e vulcão emocinal que existe na veia do brasileiro.
Infelizmente a guerra dos traficantes do Vidigal e da Rocinha durante os anos de 2005 a 2007 conseguiu cessar esse poder da alegria que o futebol trazia para os moradores do Vidigal e as favelas em torno. O genial professor de futebol Cypa resolveu usar a bola como arma e organizou com seus alunos a Copa Vidigal – jogando pela paz com o obejtivo de resgatar a alegria para uma comunidade que se sentia traumatizada com a guerra do tráfico.
Olhei no olho do meu parceiro fotógrafo Arthur Sherman e ele concordou que essa história dava samba. Resolvi formar o meu time, que faz o cinema brasileiro com muita raça, para mais uma batalha na realiazação de um filme. Entre esses parceiros também estava o meu idolo do novo cinema carioca, o produtor e cineasta Cavi Borges. Nós do Morro e Cavideo juntos podem ser chance de gol.
A ideia do documentário Copa Vidigal nasceu da alma do Cypa. Como cineasta pedi pra ele abrir as portas do campo de várzea da favela do Vidigal, nos convidar para entrar na sua vida pessoal e apresentar os ricos personagens que preenchiam o campeonato. Entre eles optamos pelo melhor goleiro da favela Thiago Beição, o bi campeão, jogador e técnico Nélio, entre outros que nos ensinaram que vida nada mais é do que uma grande metáfora do futebol. Perdendo e ganhando, dentro e fora do campo.
Sem grana, com câmera na mão e microfones emprestados fomos em busca dessa causa cinematográfica com a humilde pretenção de mostrar um Brasil coerente, poético, alegre, humano, polêmico e diverso que está presente no inconsciente coletivo. Rec apertado e mentes abertas da equipe para o poder do acaso e revelador que o documentário pode trazer para seus realizadores e público futuro.
O meu maior questionamento como artista e cineasta era entre o poder negativo da arma, o poder positivo da bola e a paixão incontrolável depositada no fenômino viceral que é futebol brasileiro…
Espetacular. Por onde passa, o filme encanta e emociona. Não por acaso, levou o Troféu Cinefoot 2011.
Sou fã! Um retrato da alma brasileira. Salve!