Filmagem! Começar uma retrospectiva falando de cinema é um prazer… Afinal, este é o assunto principal dessa página. O filme deste ano é “A Batalha”. O primeiro que fiz exclusivamente para televisão. Com a participação do GBCR – Grupo de Break Consciente da Rocinha, o filme passa direto no Canal Brasil, que agora faz parte dos pacotes básicos das operadoras de TV fechada. Outra grande conquista em 2012.
Projeção! Pois nem só de fazer filmes vive o cinema brasileiro. Pra falar a verdade, de nada adiantaria fazermos tantos filmes se não existisse o público para assisti-los. Em 2012 comemoramos com a exposição “10 anos do Cineclube Mate com Angu”, que, naquela época, nasceu para projetar. Foi uma grande festa. Com direito a livro e tudo. E na última sessão do ano, tive o prazer de receber o “Prêmio Marmelada”, oferecido aos próprios integrantes do Cineclube… Marmelada!
Formação! Essa é a base que completa a santa trindade do cinema. E a grande realização do ano foi participar do Projeto “Oficine-se de Paz”, na Escola Tasso da Silveira. Local onde tivemos aquele dia fatídico onde 12 estudantes foram assassinados. Mas esse é um assunto para se esquecer. Hoje fizemos seis filmes mostrando os pontos de vista dos alunos sobre a adolescência. Combatendo a violência com Cinema! CINEMA!
5X Favela é assunto que não pode faltar. E se depender de mim, aparecerá em muitas e muitas retrospectivas. É que este ano recebemos mais um prêmio do público. Depois dos públicos da França e do Brasil nos agraciarem, esse ano foi a vez da China. Não tenho palavras pra descrever como fico feliz em fazer um filme que fala com três continentes ao mesmo tempo. É uma grande batalha, a correria pra emplacar o próximo longa de ficção. Às vezes dá vontade até de chutar o balde. Mas quando olhamos em nossa volta e vemos o trabalho de tantas referências, levantamos a cabeça e continuamos a caminhada.
Na caixa Cultural, vimos Cacá Diegues fazer 50 anos de cinema. Puts! Quem falou em chutar o balde? Não está mais aqui. Ainda exibimos nosso 5X no Museu de Arte Moderna em Nova York. Lembro como fiquei emocionado na primeira vez que estive lá. Acho que foi pra ver o Diego Rivera. Imaginem minha emoção: voltar ao MoMa pra mostrar nosso próprio filme. Que mesmo depois de estar em cartaz ainda nos trás tanta alegria. Inclusive como objeto da monografia que me ajudou a concluir a graduação em Jornalismo.
Alguns poucos dias antes do ano acabar; divulgamos, nas redes sociais, nosso maior trabalho. Tenho certeza que muita coisa boa virá atrelada a ele. O Clipe “Baixada”, interpretado por meu mano Slow da BF. Foram meses de reuniões, discussões, viagens, divagações… Coisas que poderiam atrapalhar, mas agregaram um grande valor ao clipe, que em pouquíssimos dias teve mais de mil acessos no youtube. Aliás, esse foi o segundo clipe que dirigi esse ano. Em “Megaeventos”, além de diretor fui um dos interpretes. Duas portas para um trabalho, que se iniciou bem antes do cinema, meu ativismo no hip hop.
Tomamos um susto quando atiraram em nosso parceiro Ras Bernardo. Além de uma das maiores referências artísticas da Baixada, um dos personagens principais do documentário “Donana”. Que este ano ganhou cara nova. Um filme de guerrilha. Sete anos de produção, sem patrocínio. Mas ainda bem que tudo não passou de um susto. Rapidamente nosso guerreiro voltou aos palcos da música e da política.
Dá vontade de não parar de escrever. Sem dúvida muitas iniciativas ficaram pra trás, mas esse texto é apenas uma simbologia. Uma pequena ilustração de todo nosso grande trabalho. Meu e de tantos parceiros, que nem me atrevo a tentar enumerar. Um textículo pra servir de referência anual em cada momento que o cinto apertar e pensarmos em desistir… 2013, Eh Noise!